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G.R.E.S. MOCIDADE UNIDA DE JACAREPAGUÁ





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SAMBAS-ENREDO ANTIGOS

1988
Enredo: Arco-íris tem de dar certo
Compositores: Gilmar, Berrem, Bico e Gemeu

A imaginação me transportou
Sonhei que a tempestade já passou
Que o Brasil transpôs um arco-íris
E a desigualdade acabou
O índio tem a terra demarcada
Seus costumes preservados
Caraíba não o incomoda
E ele anda até pelado

A luta de Zumbi não foi em vão
Temos um negro presidente da nação
Não existe o preconceito com a força da fé
Católico assume o candomblé

O presente já espelha a sonhada evolução
Crianças bem nutridas com direito à educação

O machismo nesta terra não há
A mulher emancipada conquistou o seu lugar

Feliz é o aposentado, satisfeito com a pensão
Passa sua experiência para nova geração
O trabalhador não faz greve nem tem do que reclamar
Seu emprego é garantido e o salário é de marajá

Deputado foi eleito com o voto do favelado
Depois veio de Brasília agradecer o eleitorado
Cumpre todas as promessas com o dinheiro do Jeton
Moço do colarinho branco segue a Constituição

Também no Carnaval acontece a transformação
A colombina está vestida sem apelação
E o artista do asfalto, outra vez dono da festa
Mostra o samba vocação

Tem que dar certo
Se o arco-íris traz felicidade
Vai premiar a ilusão da Mocidade


1991
Enredo: O retrato sincero de um povo
Compositores: Fio, Branco, Marli, Betão e J. Baião

Mais uma vez tão linda
A Mocidade na Sapucaí
Retratando uma gente tão sofrida
Na pobreza oprimida do Oiapoque ao Chuí

Quem quer terra está sem terra
É nessa que eu estou
Sou bóia fria desde o tempo do vovô

Exu a Exu berço de bamba onde o poeta despontou
Olé a mulher rendeira, olé mulher rendá
Tu faz a renda que eu te ensino namorar

Verde que te quero verde
Nos meus versos falo com muito respeito
Direito é direito pra que desigualdade
Amazônia pulmão da humanidade

Queimada a seringueira maquetes a surgir
Madeira chora defensor do Xapuri

Falta de moradia, crianças ao relento
Em busca de um carinho maternal oôôô
Este é um retrato sincero
De um povo neste carnaval


1993
Enredo: Dona Zica e Dona Neuma, enredos de verdade
Compositores: N/D

No balanço lá vou eu
Com a Mocidade outra vez
Tenho nas mãos um tesouro
São duas Damas de Ouro
Para ofertar a vocês
O samba presta a sua homenagem
A quem na flor da idade
Por ele se apaixonou
Idos anos que nos traz saudade
Do que era doce e se acabou
Se o Carnaval é profano, lá vou eu
Sambando para os braços de Orfeu

E no Palacio do Samba
A prece com notas musicais
É onde se guarda os bambas
Bacharéis do Samba
De outros carnavais

No morro onde mora a poesia
Um bate-papo legal
Com os meninos da Mangueira
Dona Zica e Dona Neuma
Razão de ser do nosso Carnaval

E nesse jardim de amigos
Sinto respingar em mim
Gotas de felicidade
Hoje na Sapucaí


1995
Enredo: Domingo é dia de Quinta
Compositores: Maninho 22, Vicente das Neves, Vaguinho, Pitimbu e Becão

Hoje é domingo amor
Na quinta vou me divertir
Vou levar minha família
Se a vista é boa vamos nós curtir
Quanta alegria
O verde nos traz, recanto de paz
O índio mito, Araribóia viveu
O jesuíta teu solo enriqueceu
Foi residência da família imperial
E a mocidade traz pra este carnaval

Vou ver macaco Tião
Vou ver, eu vou
Tem zoeira, brincadeira, muita animação

És o meu recanto favorito
Onde tudo é mais bonito e sou criança
No trenzinho, pedalinho
Ou num jogo de pelada, voa lembranças

És reduto do amor (amor, amor)
Dos casais enamorados
que um português de coração nos ofertou

Bola rola, tudo rola
Tem quitutes de Iaiá
Canta e encanta, Jacarepaguá


2001
Enredo: A paz é possível
Compositores: Maurício Espacial, Nevaldo PQD e Júnior FM

O sol
Vai raiar
E a Mocidade
Sempre unida na avenida
Trazendo a paz
Que é possível
Nos segmentos da vida
Procure a solução
Se não encontrar tente se adaptar
Recorra ao criador
Força ele há de dar.

Quero paz no amor, no lar,
Na rua, na natureza,
Na escola, no trabalho,
No lazer. Oh! Que beleza.
A democracia
Traz igualdade de direitos aos cidadãos
Que tem emprego e tenham teto
E educação geral
E a saúde que ao povo só ilude
Volte a funcionar
E as injustiças sociais
Venham terminar.

Guerra gera violência
E a paz não está aí
Vou voar na consciência
Com a Mocidade essa paz terá de vir.


2003
Enredo: E a minha infância onde andará?
Compositores: Fernando "Boca de Mel"

Pra te contar, me imaginei
Uma criança sem amparo e sem guarida
Foi no lixão que eu disputei
Com urubus, espaço e até comida
Lotou, cadê o meu? Babou
Oferta, então menor que a procura
Ser flanelinha eu tentei
Também não deu, migrei , que vida dura!
Fui Bóia – Fria e na carvoaria
Por melhores dias, muito batalhei
Fui ajudante de pesca e no regresso
Confesso, um delinqüente quase me tornei

Filho do douto não tem problemas
Mas de miserável é dilema
Ergue essa bandeira, a Mocidade
A onde está , que não vejo igualdade?

Sonho meu, fruto da imaginação
Ser como todas as crianças
Brincar, viver sem ilusão
Eu quero escola e casa para morar
Saúde e boa alimentação
Eu quero esporte e lazer
Alguém me disse, hei de ter
No mundo é lei, por gentileza então

Se é direito meu, por que não me dá?
Ta no estatuto da criança, é só olhar


2004
Enredo: Olodumaré, o senhor do destino
Compositores: Valdo e Nevaldo

No início houve intenção da criação
Pelo Senhor do Universo
Todo de branco com poder da criação
Adormeceu e foi traído, Olurum aborrecido
Odudua indicou, sua missão era a morte
De perto ficou seu porte
Com Orixás na comitiva viajou

Na criação o pombo branco virou ar
E a d’angloa espelhou a terra
O caracol com sua casa virou mar
Em fogo e brasa o camaleão de guerra

E assim deu-se a criação da terra
Ayê quase em guerra
Com a nova função de Obatalá
Em fim, a paz, a união do céu e terra
E tudo, mais que a vida encerra
Onde, a cobiça e a violência faz horror
Do pó, ao pó voltaremos não importa o que seremos
Devemos sempre nos moldar em Olurum

Oludumaré senhor do destino
Receba o galo branco como um Orixá divino
Da paz e de esperança com humildade de um lindo amanhecer
Para que a Mocidade tenha vontade e muita garra para vencer


2005
Enredo: Brasil feito a mão
Compositores: Zé Luiz, Cláudio Russo, Alexandre Show, Boleti, Antônio Carlos

Feito a mão
O meu país é um coração
Que pulsa forte do sul ao Norte
Pelo poder da criação
É Marajó, Marajuara
Ilha tão rara de encanto e sedução
Modela a história do povo nordestino
Retrata a luta e glória
Abenção vitalino

Bota a boca do forno
Oi deixa o fogo preparar...
Transformar o barro em vida
Argila em cultura popular

Quem faz um cesto, faz um cento, trança palha
A mão que usa o cinzel
Madeira entalha
O anjo barroco na pedra sabão
Orgulho da nação
Salve os escultores, professores da cultura brasileira
Salve essa gente que acende a chama verdadeira

Eu vou pintar e bordar em ouro
A Mocidade é meu tesouro
Cria o artista no barracão
O meu Brasil é feito a mão


2007
Enredo: Reis dos reis
Compositores: Ruterdan Pereira, Leo Lobo e Juliace da Silva de Oliveira

Reverencia paia os reis do meu pais
Cabeças coroadas pelo povo
É o marco da cultura do Brasil
O lemanjá no seu imenso mar vou mergulhar
Na festa do divino reinando estou
E a folia de reis vou cortejar
A dança do maracatu Recife consagrou

Soberano sejam os filhos da mãe áfrica
Que lutaram por sua liberdade
Zumbi, Agotime e Tereza de Benguela
Chico rei e dom Obá

Rei sol veio iluminar
Rainha lua para clarear
Lampião reinou com braços fortes
Pele com sua arte o mundo conquistou
Roberto Carlos " são tantas emoções"
No teatro de revista, Carlos Machado e Valter Pinto são reis
Ó velha guarda experiência que enobrece nossa escola
Vestindo o manto azul e branco
E a coroa que enriquece sua história

E no rufar da bateria com rei momo eu vou sambar
A Mocidade faz, um desfile triunfal
O grito ecoa é campeã do carnaval